
“Quando acorda a videira tem orvalho na cabeça
bebe as gotas da parreira e dá boas-vindas à réssa.”
No coração do Alto Douro Vinhateiro, longe dos holofotes e das rotas turísticas mais conhecidas, existe uma alma crua e intemporal que persiste nas encostas íngremes da Folgosa do Douro, na margem sul do rio, sub-região do Baixo Corgo. É aqui, entre vinhas velhas de altitude e o perfume do pinho, do eucalipto e da mata, que nasce a Casa da Réssa — um tributo à intemporalidade do território, ao vinho que fala a língua da terra e do agricultor.
“Réssa”, palavra antiga do Douro e Minho, significa réstia de sol — aquela luz quente e clara que resiste entre as folhas, atravessando as vinhas e iluminando discretamente a terra. É essa luz, ao mesmo tempo suave e intensa, que simboliza a alma da Casa da Réssa: vinhos que capturam a essência pura do território, iluminados pela herança do tempo e pela energia da terra.
A narrativa da Casa da Réssa é, antes de tudo, uma história inusitada — daquelas que que o território parecia guardar à espera de alguém que a soubesse escutar. Alexandre Dias, empresário e vigneron, chegou ao Douro vindo de outros mundos, movido pela curiosidade e por uma sensibilidade rara. Não procurava vinhas, mas encontrou uma. E foi ali, diante da Vinha das Lages, que algo o tocou profundamente. O que para muitos seria apenas uma parcela agreste de terreno velho, para Alexandre foi revelação: viu nela uma beleza crua, uma força silenciosa. E apaixonou-se.
Foi o início de um caminho sem mapa. Alexandre começou a procurar, a aprender com os locais, a caminhar pelas encostas da margem sul do Douro, onde poucos ousam lançar raízes. Foi comprando parcelas esquecidas, vinhas de qualidade excepcional, cada uma com a sua alma e identidade, como se colhesse fragmentos de uma história antiga espalhada pela serra. Aos poucos, teceu e deu harmonia a esta manta de retalhos, feita de encostas, matas, vinhas velhas e solos resilientes. E, porque a soma é maior que as partes, dessa costura laboriosa, nasceu um projeto com uma visão: respeitar a alma do território sem a domesticar.
Alexandre quis criar vinhos que respeitassem a alma crua do território, sem filtros, mas com caráter e profundidade. E foi entre vinhas velhas e solos resilientes que encontrou o palco perfeito para esse sonho. A Casa da Réssa reconta esta história ao conglomerar vinhedos dispersos do Baixo Corgo numa identidade única, explorando a fértil diversidade de um lugar privilegiado. É ali que nasce a essência da Casa da Réssa — onde o vinho é tão somente o eco da vida que pulsa na vinha.
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